Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília
– O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu hoje (27) com veemência
às insinuações de que ele e o primeiro-ministro da Turquia, Recep
Tayyiq Erdogan, foram orientados pelo presidente dos Estados Unidos,
Barack Obama, para negociar o acordo de paz com o Irã. Segundo Lula,
eles não receberam “procuração” alguma para buscar o acordo.
“Não
temos procuração nem queremos ter procuração para tratar da questão
nuclear”, disse Lula, na primeira visita de Erdogan ao Brasil, antes do
almoço oferecido à comitiva turca, no Itamaraty. Lula confirmou que ele e
Erdogan receberam uma carta de Obama, semanas antes de ser fechado o
acordo nuclear no Irã.
Na correspondência, Obama faz uma série
de recomendações sobre um eventual acordo. No geral, essas sugestões
estão presentes nos dez itens da Declaração de Teerã.
Segundo
Lula, é necessário estar com “a cabeça aberta” para haver um acordo e
chegar a um consenso. “Com truculência a gente não resolve nem os
problemas da casa da gente e entre a família. Nós demos um sinal e
espero que a agência tenha sabedoria de entender o momento político e o
gesto do Irã e a posição do Brasil”.
Em seguida, o presidente
sinalizou que a reação das grandes potências à proposta ocorreu porque
não esperavam que o Brasil e a Turquia fechassem um acordo. “Nós fizemos
o que eles estão tentando há muitos anos fazer e não conseguiram. As
pessoas precisam aprender que a política do século 21 precisa ter mais
transparência e diálogo”.
O presidente evitou comentar sobre as
eventuais sanções, aprovadas pelo Conselho de Segurança das Nações
Unidas com o apoio dos Estados Unidos, da França, Inglaterra, China e
Rússia. Segundo ele, a expectativa é que os membros permanentes do
conselho e a Agência Internacional de Energia Atômica analisem a
proposta e evitem as punições. “Vamos aguardar o que a agência e os
países têm a dizer”.
Edição: Rivadavia Severo
Source: Agencia Brasil
Photo: Roosewelt Pinheiro/ABr
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