Renata
Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Em meio
ao ceticismo internacional sobre o acordo com o Irã, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva recebe daqui a uma semana, no dia 27, o
primeiro-ministro da Turquia, Tyyiq Erdogan. Ambos negociaram com o
presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, os termos para a troca de
urânio. A visita intensifica os esforços dos governos brasileiro e turco
para impedir as sanções c ontra os iranianos e buscar o apoio da
comunidade internacional.
Erdogan passa rapidamente por Brasília.
Ele seguirá para o Rio de Janeiro, onde
participa do 3º Fórum Mundial da Aliança de Civilizações, que será
realizado de 27 a 29 de maio no Museu de
Arte Moderna (MAM). Em pauta,o tratamento discriminatório a muçulmanos e
latinos nos países desenvolvidos, além da busca de um acordo de paz
entre palestinos e israelenses. O programa nuclear iraniano deve
predominar nas discussões, segundo diplomatas.
Ontem (19), os
ministros das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, e da Turquia,
Ahmet Davutoglu, enviaram carta aos membros permanentes do Conselho de
Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) – Brasil, Rússia,
China, Inglaterra e França. Na carta, eles apelaram para que confiem no
acordo e na sua execução.
“A declaração conjunta destaca o
direito de desenvolver a investigação, produção e utilização da energia
nuclear para fins pacíficos, sem deixar de sublinhar a forte convicção
de três países [Brasil, Turquia e Irã] de que a troca de
combustível nuclear será uma oportunidade de iniciar um processo para a
criação de um futuro positivo e construtivo em uma atmosfera de não
confronto que conduz a uma era de interação e cooperação”, diz a carta
em seu segundo trecho.
No último dia 17, Lula e Ahmadinejad, além
de Erdogan, negociaram o acordo em Teerã. Com isso, o Irã se compromete
a enviar seu urânio levemente enriquecido a 3,5% para a Turquia. Em
troca, receberá urânio enriquecido a 20%. A medida afastaria a suspeita
de uso do produto para fins não pacíficos.
O governo dos Estados
Unidos, no entanto, insiste em manter as suspeitas de que o programa
nuclear iraniano produz de forma secreta armas atômicas. Anteontem (18),
foi analisado pelos países que têm assento permanente no Conselho de
Segurança, um esboço de resolução estabelecendo sanções ao Irã por meio
do órgão. A aprovação das sanções depende do voto favorável de todos os
que ocupam assento permanente no conselho.
Edição: Graça
Adjuto
Source: Agencia Brasil
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